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O preço da mentira

  • Foto do escritor: Marise Cotrin
    Marise Cotrin
  • 1 de out.
  • 1 min de leitura

Na vitrine, um buquê de rosas vermelhas.

Brilho intenso, beleza impecável, quase natural.

O sorriso foi instantâneo.


Levei para casa.

Vieram em pedaços, num vaso empoeirado.

Montei com cuidado, ajeitei pétalas, tentei recriar a beleza da vitrine.

De perto, era só plástico. Sem cheiro. Sem vida.

Ainda assim, insisti.

Era bonito o bastante para enganar de longe.. e o apego me fez manter no centro da sala.


O tempo passou.

As pétalas perderam cor, o pó se acumulava, o brilho foi embora, e cada dia eu gastava mais energia tentando sustentar o que nunca foi de verdade, nunca teve raiz.

Era bonito apenas enquanto eu fingia acreditar.


Até encontrar uma orquídea.

Sem flores, apenas brotos tímidos.

Não chamava atenção, mas tinha raiz.

Exigiu silêncio, constância, paciência.

Demorou.

E quando floresceu, iluminou a casa inteira com cheiro de vida.


Foi ali que entendi: A mentira cobra caro e não entrega nada além de frustração. 

O que tem raiz pede espera, mas retribui com abundância.


Foi ali que entendi:

Algumas belezas só vivem enquanto alguém paga caro para mantê-las.

Outras sobrevivem até no escuro, porque têm raiz.


Não existe eternidade no que não tem raiz.

Mas o que tem raiz, floresce até depois da espera.

 
 
 

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